GERDAU - Resultado 1º Trimestre de 2016
Resultados melhorando, apesar da alta alavancagem
13.05.2016
A Gerdau apresentou resultados sólidos no 1T16, comparado ao trimestre anterior, após dificuldades enfrentadas em 2015. Os embarques aumentaram em todas as linhas de negócios, exceto na América do Sul, e fecharam o trimestre em 3.851 kton (+0.9% T/T).
Apesar da queda de 3,6% na produção mundial de aço nos primeiros três meses do ano, de acordo com dados da WSA, a produção total da Gerdau subiu 6,8% no mesmo período, para 4.154 kton, como resultado de uma recomposição dos estoques.
De qualquer maneira, é importante ressaltar que, comparado aos resultados do 1T15, a produção e os embarques caíram 4,3% e 7,0%, respectivamente, espelhando o momento desafiador que a indústria do aço tem enfrentado, não só no Brasil, mas também no exterior.
Resultado Consolidado: melhoras observadas.
A receita total veio em R$ 10.085 milhões, uma queda de 3,5% T/T, devido a menores embarques na UN da América Latina, somado a menor venda líquida por tonelada em todas as UN.
Entretanto, a performance da UN Brasil alavancou os resultados, e o lucro bruto subiu 3,3% no trimestre, para R$ 813 milhões, levando a uma margem bruta de 8,1% (+0.5 p.p. T/T). As despesas operacionais melhoraram no período e caíram, 1,7% T/T, para R$ 644 milhões, impactadas pela redução de 4,9% nas despesas com vendas. Consequentemente, o EBITDA ajustado ficou em R$ 930 milhões,
um aumento de 2,1% T/T, e a margem, em 9,2% (+0,5 p.p., no período).
Operações Específicas
Melhor desempenho em quase todas as UNs resulta em margens mais altas.
Com relação a UN Brasil, as vendas ficaram estáveis em R$ 2.694 milhões (+0,6% T/T), influenciada pelo mercado doméstico, que apresentou crescimento de 6,8% no período, apesar de neutralizado por exportações menores e preços internacionais mais baixos.
A margem EBITDA subiu 2.3 p.p. T/T, para 9,2%. A UN América do Sul apresentou, mais uma vez, a melhor margem EBITDA, em 14,8% (ante 13,9% no 4T15), apesar da queda de 11,2% no EBITDA (para R$ 183 milhões) devido a menores embarques na região e a variação cambial.
Houve também melhoras na UN de Aços Especiais com relação a produção e embarques, que cresceram 17,8% e 3,9% T/T, respectivamente devido a recomposição de estoques e maior demanda da indústria automobilística na América do Norte. O EBITDA ficou em R$ 174 milhões (+15,2% T/T) com uma margem de 0,8%, um aumento de 1.1 p.p. comparado a 4T15.
Resultado Financeiro e Endividamento.
Houve um impacto positivo no resultado financeiro de R$ 39 milhões advindo da variação cambial no trimestre. Desta forma, o resultado final veio positivo, chegando a R$ 14 milhões (ante um prejuízo líquido de R$ 41 milhões no 4T15).
A variação cambial, juntamente com a amortização no período, também contribuiu para a redução do endividamento da companhia, em moeda local. Assim sendo, a dívida bruta caiu R$ 2,8 bilhões para R$ 12.684 milhões; entretanto, devido à fraca geração de caixa durante os últimos trimestres, a dívida líquida/EBITDA em dólares subiu para 4,0x (3,6x no 4T15) e a alavancagem se manteve como um ponto de atenção.
Outlook.
Os fundamentos para a indústria siderúrgica não mudaram: excesso de capacidade, desaceleração da economia chinesa, juntamente com a previsão da WSA de 0,8% de queda na demanda mundial de aço para 2016 colocam um alerta para todas as empresas operando neste mercado.
As dificuldades devem se manter durante o ano no mercado internacional e, no Brasil, a fraca demanda não mostra sinais de melhoras. De acordo com IABr, o consumo aparente no país deve cair 9% em 2016. Por outro lado, a alta nos preços das commodities nos últimos dois meses deve aliviar, ao menos no curto-prazo, as margens no segmento de aço.
Para a Gerdau, ainda acreditamos que, dentre todas as siderúrgicas brasileiras, ainda é a mais bem preparada para enfrentar todos os desafios esperados para o ano, devido a sua diversificação no exterior.
A operação na América do Sul tem apresentado resiliência, impactadas por economias como Argentina, Peru e Colômbia. Na América do Norte, os segmentos de infraestrutura e construção nãoresidencial tem alavancado os resultados da Gerdau e as perspectivas se mantêm positivas.
Preço Alvo: R$ 6,50
Desta maneira, decidimos manter nosso preço-alvo para GGBR4 em 2016 em R$ 6,50 com recomendação Market Perform.
Consideramos um crescimento na perpetuidade de 3,0% e um WACC de 12,9%. Esperamos um CAGR de 3,8% nas receitas da companhia entre 2016 e 2010. A análise da empresa foi feita baseada no método de fluxo de caixa descontado.
Confira no anexo o relatório completo sobre o desempenho da GERDAU no 1º trimestre/2016, elaborado por GABRIELA CORTEZ, CNPI, Analista Sênior, e VICTOR PENNA, CNPI, Analista Chefe, ambos do BB INVESTIMENTOS
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